sábado, 30 de junho de 2012

Executiva desvia pelo menos 150 mil e finge desaparecimento


Corintiana roxa, uma analista de Recursos Humanos pode ter usado parte do dinheiro desviado da empresa onde trabalhava para assistir o primeiro jogo entre Corinthians e Boca Júnior, pela final da Taça Libertadores, no último dia 27, em Buenos Aires. A suspeita é do delegado que investigou o suposto desaparecimento da moça.

Era uma funcionária acima de qualquer suspeita. Assim era vista a analista de Recursos Humanos V.S.F., 33, que em três anos já havia sido promovida quatro vezes na empresa de hidráulica onde trabalhava, no Parque São Lourenço. O cargo de confiança garantia à “funcionária exemplar” total acesso às contas bancárias do presidente da empresa.
Até que na segunda-feira (21), por volta das 08h30, a analista saiu do trabalho para fazer um serviço externo e não voltou mais. Preocupada, uma colega de trabalho - coordenadora de 27 anos, telefonou aos familiares de V.S.F. perguntando sobre o paradeiro da moça, mas ninguém sabia.
Sem sucesso, várias ligações foram feitas ao celular da analista. Sem saída, a coordenadora foi até a Central de Flagrantes da 8ª Seccional para registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento.
Parecia um sequestro relâmpago
Depois que o caso foi registrado e encaminhado ao 49º Distrito Policial (São Matheus), a Polícia Civil começou a desvendar o suposto desaparecimento da analista.
Em contato com os familiares, a equipe do 49º DP descobriu que um saque de R$ 19 mil tinha sido feito da conta bancária da moça. Além disso, várias outras movimentações financeiras haviam sido realizadas com seus cartões de crédito.
No dia seguinte (22), o Pálio vermelho de V.S.F. foi encontrado pelos policiais civis, abandonado no estacionamento do Shopping Aricanduva. Com a notícia, a família começou a acreditar num sequestro relâmpago.
Tem boi na linha
As investigações avançaram um pouco mais. Após analisar as imagens das câmeras da agência bancária e do shopping, a Polícia Civil descobriu que em todos os momentos a analista estava sozinha. Além disso, uma das compras feitas com o cartão de crédito tinha sido a de uma passagem aérea para Buenos Aires.
Com apoio da equipe da Delegacia do Aeroporto de Guarulhos, os policiais descobriram que a “desaparecida” havia embarcado às 15h30 do dia 21 com destino à Argentina. “Algumas coisas não batiam, então pensamos: ‘tem boi na linha’, a história não é essa”, contou José Manoel Martins, delegado titular do 49º DP.
O “faro” policial fez a equipe duvidar do sequestro relâmpago e pedir uma rápida auditoria à empresa onde V.S.F. trabalhava. Então, as suspeitas se confirmaram: desvios de mais de R$ 150 mil foram revelados. Como o levantamento ainda está em andamento, o delegado acha que a quantia furtada pode ser ainda maior.
As dúvidas se confirmaram
A Polícia ouviu um dos sócios e o presidente da empresa de hidráulica. O sócio disse que, um dia antes do desaparecimento, havia percebido o desvio financeiro na empresa. Então, pediu explicações para V.S.F. e marcou uma reunião para o dia seguinte, mas ela não apareceu.
O delegado Martins acredita que a analista tenha agido sozinha no furto e que já tenha cometido outros pequenos desvios, já que manipulava todas as contas da empresa.
“A família ficou chocada quando soube do esclarecimento do caso. A reação foi de duas emoções contraditórias ao mesmo tempo: o alívio de saber que a filha não havia sido sequestrada e a indignação por descobrir as atitudes dela, já que era uma pessoa ‘que não precisava fazer esse tipo de coisa’”, comentou o delegado.
Caso esclarecido
V.S.F. já entrou em contato com amigos e familiares e ficou de se apresentar espontaneamente à Polícia na semana que vem. Ela será indiciada por furto qualificado continuado, para o qual a pena é de 2 a 8 anos.
Fonte: SSP/SP

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